A equipe de cirurgia vascular do Hospital porto dias, Belém – PA, de forma pioneira no estado inaugurou em Agosto de 2019 o grupo de acesso vascular. O grupo de acesso foi criado inicialmente para atender a demanda de pacientes oncológicos sem disponibilidade de implante de dispositivos seguros para continuidade de seus tratamentos quimioterápicos.
Assim como na nefrologia, o cirurgião vascular presta apoio aos oncologistas clínicos para garantir acesso para realização de quimioterapia. Pacientes oncológicos são muitas vezes debilitados e necessitam de acessos repetitivos em membros superiores seja para infusão de medicações, seja para infusão de quimioterápicos. Com o tempo, os acessos em veias periféricas vão se esgotando devido flebites repetitivas e torna-se extremamente penoso e árduo ao paciente a continuidade do tratamento oncológico. Para garantir maior segurança neste processo, o cirurgião vascular confecciona o implante de dispositivo port-a-cath, contribuindo para acesso dos quimioterápicos de forma garantida.
O cirurgião vascular atua em conjunto com nefrologistas para criação de acessos vasculares a fim de realização da hemodiálise. A hemodiálise é o processo pelo qual é feito a retirada das impurezas do sangue por uma máquina em pacientes em que os rins deixaram de funcionar ou que funcionam aquém da capacidade necessária. Para uma diálise adequada é necessário um acesso calibroso no paciente, favorecendo um alto fluxo de sangue para a máquina. Para isto, podemos contar com cateteres ou fístulas arteriovenosas.
As artérias carótidas são responsáveis pela irrigação de sangue arterial do cérebro. Temos uma carótida de cada lado do pescoço e ainda as artérias vertebrais que percorrem paralelamente às vértebras cervicais (uma de cada lado) para levar sangue oxigenado a região posterior do encéfalo.
Os aneurismas dizem respeito a dilatações em algum segmento de uma artéria superior a 50% de seu diâmetro normal em virtude do enfraquecimento de sua parede. Trata-se de uma doença mais frequente em idosos, tabagistas e hipertensos. O fator genético é extremamente relevante para esta doença e o sexo masculino bem mais acometido do que o feminino.
Os miomas uterinos são tumorações benignas que surgem no interior do útero podendo gerar uma variedade ampla de sintomas que vão desde sangramentos (dentro ou fora do ciclo menstrual), até dor pélvica crônica, dor abdominal e infertilidade. O tratamento padrão para os miomas é sua retirada cirúrgica realizada pelo ginecologista. Contudo, em algumas situações específicas o cirurgião vascular poderá atuar em conjunto com o ginecologista visando o tratamento por embolização. A embolização de mioma uterino é realizada através de um cateterismo (por uma punção em uma das virilhas) das artérias do útero, fazendo a liberação de agentes embólicos (partículas pequenas) para bloquear as artérias que fornecem sangue os miomas e causando, assim, a redução deles. O procedimento é chamado também de Embolização de artéria uterina, mas este é um termo mais abrangente. Trata-se de um procedimento sem incisões cirúrgicas, sem cortes e sem pontos, com internação de 24 horas em geral.
Este vem sendo um tema cada vez mais comentado na área da ginecologia/obstetrícia e na cirurgia vascular e que o grande público vem nos últimos anos tomando cada vez mais conhecimento. Por muitos anos a dor pélvica crônica de mulheres foi subvalorizada e pouco compreendida. Com o passar dos anos novas compreensões de algumas doenças como endometriose, adenomiose e varizes pélvicas contribuíram para melhor entender alguns sintomas femininos. As varizes pélvicas são formações varicosas identificadas na região periuterina e próxima a tuba e ovários, com dilatação de seu calibre e causando literalmente uma estagnação de sangue neste território, podendo gerar os mais variados sintomas. Desde já é importante ressaltar que nem toda varize pélvica dará sintoma, ou seja, nem toda varize pélvica se tornará uma síndrome da congestão pélvica.
A microcirurgia de varizes consiste no procedimento minimamente invasivo, realizado em bloco cirúrgico sob anestesia raquidiana (ou somente com anestesia local) mais sedação leve, com foco em tratar varizes de pequeno calibre, veias reticulares e telangiectasias, com o mínimo de agressão a pele, objetivando o mínimo de hematoma e cicatrizes. Neste procedimento fazemos microincisões menores de 0,5cm para puxar (literalmente) as veias para fora e retira-las do tecido gorduroso do membro. Existem diversas técnicas para entregar o melhor resultado com mínimo de agressão a pele do paciente e caberá ao seu cirurgião decidir e definir o que utilizará. Além disso, a microcirurgia frequentemente pode ser conjugada com terapias como escleroterapia simples, ampliada ou laser transdérmico no intra ou no pós-operatório.
A cirurgia convencional para tratamento de problemas na veia safena compreende a técnica cirúrgica aberta extração da safena por meio da realização de cortes transversos ao longo da coxa e perna. Para sua realização o cirurgião necessita confeccionar incisões na virilha, além de incisões ao longo de seu trajeto (face interna de coxa, perna e tornozelo) para realizar sua extração parcial ou completa. Atualmente, existem duas técnicas minimamente invasivas (Laser e Radiofrequência) que se consagram como terapia ouro, com elevado grau de recomendação pelas sociedades europeia e americana de cirurgia vascular, podendo ser realizadas sem um único corte na pele do paciente.
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