Varizes pélvicas e síndrome da congestão pélvica

Este vem sendo um tema cada vez mais comentado na área da ginecologia/obstetrícia e na cirurgia vascular e que o grande público vem nos últimos anos tomando cada vez mais conhecimento. Por muitos anos a dor pélvica crônica de mulheres foi subvalorizada e pouco compreendida. Com o passar dos anos novas compreensões de algumas doenças como endometriose, adenomiose e varizes pélvicas contribuíram para melhor entender alguns sintomas femininos. As varizes pélvicas são formações varicosas identificadas na região periuterina e próxima a tuba e ovários, com dilatação de seu calibre e causando literalmente uma estagnação de sangue neste território, podendo gerar os mais variados sintomas. Desde já é importante ressaltar que nem toda varize pélvica dará sintoma, ou seja, nem toda varize pélvica se tornará uma síndrome da congestão pélvica.

Quais os sintomas da síndrome da congestão pélvica?

________A síndrome da congestão pélvica compreende a presença de varizes na região pélvica associado a sintomas relacionados tais como dor na região em baixo ventre, de caráter em “peso” ou em cansaço; dor que piora com longos períodos na posição em pé; dor fora do ciclo menstrual; dor de profundidade durante relação sexual; surgimento de varizes na região vulvar ou inguinal; dor ou desconforto durante a micção.

Devo tratar sempre varizes pélvicas?

________Não. Varizes pélvicas não devem ser tratadas sempre, apenas quando estiverem relacionadas a sintomas bem específicos. Muitas mulheres durante ou após gestação podem apresentar algum grau dessas varizes na região próxima ao útero, no entanto, o organismo trata de arrumar via de compensação desse fluxo anormal de sangue nas veias desta região de modo que não há surgimento de sintomas relacionados. Nesses casos (que são a maioria), devemos somente acompanhar e vigiar o processo.

Varizes pélvicas - Dr. Felipe Ribeiro - Cirurgião vascular — Varizes pélvicas

Quais os fatores de risco associados?

________Os principais fatores de risco relacionados a varizes pélvicas e síndrome da congestão pélvica compreendem o sexo feminino; fatores genéticos e hereditários; numero de gestações pevias; presença de alterações anatômicas venosas abdominais como a Síndrome de Nutcracker ou Síndrome de May-thurner (explicadas em outro texto).

Quando devo tratar?

________Pacientes com dor pélvica crônica (mais de 06 meses de dor com repercussão funcional ou social), sem resolução e diagnóstico ginecológico estabelecido e com a presença de varizes pélvicas maiores de 6mm na região periuterina, devem consultar com cirurgião vascular para que seja discutido possibilidade de tratamento.

Como funciona o tratamento para varizes pélvicas?

________O tratamento de varizes pélvicas deve focar no fator causal de alimentação daquelas varizes. Em muitas situações estas varizes podem surgir por abastecimento a partir de alguma outra veia abdominal. Através de exames específicos como ressonância ou tomografia com contraste podemos tentar identificar esta veia e atuar através de embolização promovendo o seu fechamento.

________Procure um cirurgião vascular para melhores esclarecimentos e definição de condutas para o seu caso.

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